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O Brexit e os Mercados

Estimado Cliente,

O nosso trabalho é salvaguardar e valorizar o património que confiou à nossa gestão. Procuramos, hoje e sempre, fazê-lo de forma responsável, rigorosa e consistente com a filosofia de valor que adotámos quando decidimos criar a Casa de Investimentos. Somos avessos à especulação, a esconder-nos no conforto de fazer o que fazem as grandes instituições financeiras ou em focar as nossas decisões no curto prazo.

Na madrugada desta sexta-feira os mercados financeiros foram surpreendidos pelos resultados do referendo no Reino Unido, que deu a vitória aos partidários do chamado Brexit, o que coloca aquele país num processo de saída da União Europeia. É evidente que este desenvolvimento é um retrocesso tremendo no processo de construção europeu, cujos contornos e consequências são neste momento difíceis de antecipar. Não sendo neste momento a saída do Reino Unido irreversível, não se podem ignorar os potenciais efeitos que poderá ter, tanto para a evolução da economia europeia como para a estabilidade das instituições que a governam.

Acima de tudo, o que o resultado de ontem trouxe foi algo que os mercados financeiros odeiam: incerteza. Incerteza tanto para o futuro mais próximo como para o médio longo prazo. E é essencialmente por causa dessa incerteza que os mercados financeiros reagiram muito negativamente.

Essa incerteza não significa que as perspetivas sejam necessariamente sombrias. O investimento em ações deu os melhores retornos no último século atravessando guerras mundiais e regionais, uma guerra fria entre duas potências nucleares, crises petrolíferas, uma depressão económica e uma crise financeira devastadora. No meio de toda esta incerteza, quem triunfou foi sempre quem manteve um passo firme e alicerçado em bons princípios de investimento.

Na Casa de Investimentos, um dos princípios de investimento é exatamente selecionar ativos que não dependam de uma determinada evolução política ou económica. Os nosso Clientes têm nas suas carteiras de investimento ativos reais, “fatias” de negócios que consideramos como alguns dos melhores do mundo, que irão continuar a produzir bens e serviços que o mundo diariamente consome, mesmo numa crise política ou numa recessão.

E acima de tudo é a insegurança que gera as melhores oportunidades de investimento. É o medo e o pânico dos investidores que desvaloriza ativos sólidos e lucrativos, fazendo-os cotar muito abaixo do seu real valor. Na Casa de Investimentos, vamos sempre encarar crises e perturbações como oportunidades. E esta é, na nossa opinião, mais uma oportunidade para alocar capital em excelentes empresas que, com estas notícias, cotam preços que constituem um grande desconto face ao valor intrínseco que lhes está subjacente.

Estamos convictos que, apesar da grande incerteza de curto prazo e da volatilidade a que assistiremos na generalidade dos mercados financeiros, nos câmbios, nos preços das matérias-primas e nas cotações das ações e obrigações, com tempo, os mercados regressarão à normalidade. Até lá, procuraremos aproveitar as oportunidades de valor que cumpram com a nossa exigência. Aliás, uma das conclusões que se podem retirar deste processo é que é inútil tentar prever os desenvolvimentos políticos ou macroeconómicos e muito mais proveitoso focar-se nos fundamentais das empresas, nos seus negócios subjacentes e no valor a que estamos a adquiri-los.

Procuraremos sempre que o resultado do nosso trabalho tenha um impacto positivo na vida dos nossos Clientes e das suas famílias. As decisões que tomamos – sempre alicerçadas em princípios sólidos de investimento – valorizam a segurança dos ativos em que investimos e da sua capacidade para Vos criar riqueza e permitir preservar o Vosso poder de compra no futuro.

Manifestamos total disponibilidade para prestar os esclarecimentos que entender necessários.

Com consideração, apresentamos os melhores cumprimentos,

Emília Oliveira Vieira

Presidente do Conselho de Administração