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As alterações sociais que conduziram a uma "sociedade do lucro", em que o dinheiro se sobrepõe à realização pessoal, mede a nossa valia pelo que ganhamos e gastamos.

O primeiro fundo de investimento, Massachusetts Investors Trust (MIT), foi criado em 1924, nos Estados Unidos e era gerido pelos seus próprios depositários. Apesar desta indústria, na sua génese, ter objectivos e princípios sãos – a proteção dos valores investidos e a recompensa dos donos do dinheiro – estes foram rapidamente adulterados em benefício dos seus gestores e dos conglomerados financeiros.

Várias são as razões que contribuíram para essa transformação:

1. As alterações sociais que conduziram a uma “sociedade do lucro”, em que o dinheiro se sobrepõe à realização pessoal, mede a nossa valia pelo que ganhamos e gastamos e corrói o círculo virtuoso de confiança em que a nossa sociedade tão profundamente depende.

2. O crescimento dos Fundos de Investimento e a sua transformação num “grande negócio”. A SEC - Securities and Exchange Comission, entendia que a venda de uma empresa gestora de fundos era a venda de um dever fiduciário e os lucros excessivos dos gestores constituíam uma apropriação ilegal dos activos dos fundos. Em 1958, uma decisão judicial veio permitir que estas empresas fossem cotadas em bolsa e detidas por indivíduos que não os gestores dos fundos. O grande objetivo dos fundos passou a centrar-se no lucro e no crescimento do negócio.

Só nos Estados Unidos, passou-se de um volume de 2 biliões em 1950, para 8 triliões em 2005. A guarda dos valores confiados passou para segundo plano. A venda e o comissionamento passaram a ditar a estratégia a seguir. Os fundos passaram a ser um dos negócios mais lucrativos para os gestores, em detrimentos dos investidores. Muitos empreendedores foram atraídos para esta actividade, não com o propósito do dever fiduciário, mas antes com o fim claro de criação das suas fortunas individuais.

O prémio Nobel Paul Samuelson declarou, em 1967, de forma pungente: “Só existe um sítio para fazer dinheiro no negócio dos fundos de investimento – da mesma forma como só existe um sítio para um homem moderado num bar – atrás do bar e não à frente… por isso investi numa empresa gestora de fundos”. Olhando para a situação actual, Samuelson estava muito mais certo do que alguma vez poderia imaginar.

John Boogle, fundador da Vanguard, uma das poucas gestoras independentes que restam, conclui: “a indústria dos fundos de investimento desenvolveu uma estrutura que favorece os interesses dos gestores em detrimento dos interesses dos clientes”.

3. As gestoras tornam-se subsidiárias dos grandes conglomerados financeiros, os grandes Bancos mundiais: a extraordinária acumulação de activos sob gestão que resultou destas compras – muitas vezes centenas de biliões de dólares – servem somente o interesses dos gestores dos fundos e dos bancos que detêm estas empresas. A consequência deste aumento de dimensão foi a escalada das comissões, muitas vezes escondidas no preço das unidades de participação.

Por outro lado, esta concentração dificilmente serviria os interesses dos clientes. É muito pouco provável que dimensões gigantes e a procura de lucros crescentes tornem a gestão do dinheiro mais eficiente ou baixem os custos para os clientes ou façam a indústria regressar à sua missão original de guarda e valorização dos patrimónios.

Os retornos para os investidores não foram beneficiados com estas alterações. De facto, o inverso é verdadeiro. Os fundos geridos sob a égide de grandes instituições financeiras conseguiram retornos distintamente inferiores aos conseguidos por fundos geridos por empresas não cotadas em bolsa. Um estudo levado a cabo pela Fidelity Investments analisou as performances de 54 gestoras ao longo da década terminada em 2003. As conclusões são espantosas. As oito melhores gestoras não estavam cotadas em bolsa, eram detidas pelos gestores dos fundos.

A independência e o alinhamento com os interesses dos clientes são fundamentais para a protecção e valorização dos patrimónios financeiros.

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