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Autoria
Morgan Housel
Morgan Housel

Publicado originalmente no blog Collaborative Fund a 19 de janeiro de 2023

FOMO: o pior defeito financeiro

Uma coisa engraçada acerca do dinheiro é que é uma arte negativa. Temos mais probabilidades de acumular mais dinheiro se nos livrarmos de características más ao invés de adquirir características boas.

O instinto da maioria das pessoas ambiciosas é perguntar: “Como consigo ficar mais inteligente? Mais informado? Descobrir novas capacidades?”

Em muitos áreas, estas são as perguntas certas. O dinheiro é uma exceção rara, uma vez que fazer perguntas deste tipo: “Como posso ser menos estúpido, menos ganancioso, menos impaciente?” pode ser mais eficaz.

E há uma característica cuja remoção da nossa personalidade pode fazer mais para melhorar a nossa situação financeira do que qualquer outra coisa: FOMO – o medo de perder (Fear Of Missing Out – missing out não tem uma tradução exata para português, mas, nos investimentos, significa o medo de estar a falhar oportunidades de ganhar dinheiro fácil).

Não ter FOMO pode ser a competência mais importante nos investimentos. Ser imune ao canto de sereia do sucesso das outras pessoas – especialmente quando esse sucesso é repentino, extremo e causado por fatores fora do seu controle – é tão poderoso e importante que, sem ela, é praticamente impossível ter sucesso ao longo do tempo. Dwight Eisenhower costumava citar Napoleão, que disse que um génio militar é “o homem que consegue fazer coisas medianas enquanto todos ao seu redor estão a perder a cabeça”. O mesmo acontece com o dinheiro.

FOMO é imprudência disfarçada de ambição. Vemos alguém a ficar rico e pensamos: “Se eles conseguem, eu também consigo”. Isto até parece uma boa emoção – estamos a aprender através da observação e a seguir um caminho baseado em dados para o sucesso.

Mas o que realmente está a acontecer é que estamos a confundir um bom desfecho – ganhar dinheiro depressa – com a capacidade de o conseguir.

O FOMO também é ruinoso porque nos força a um pensamento de curto prazo. Se apenas investimos porque está a subir, seremos os primeiros a entrar em pânico quando o ativo inevitavelmente cair.

Charlie Munger afirmou certa vez:

“Há sempre alguém que está a ficar rico mais depressa que nós. Isso não é uma tragédia... A ideia de nos importarmos que alguém esteja a ganhar dinheiro mais depressa do que nós é um dos pecados capitais.”

Se removermos o FOMO da equação, o que resta?

Só nos preocupamos com os nossos próprios objetivos.

Evitamos ser sugados por bolhas.

Tendemos a pensar no longo prazo.

E não precisamos de muito mais para termos sucesso ao longo do tempo.


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