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A Fortune Magazine publicou, na sua edição de Agosto, a Fortune's Global 500, a lista das 500 maiores empresas mundiais por receitas. Traduzimos abaixo a introdução a este trabalho.

A China está perto da paridade com os EUA na lista da Fortune's Global 500 – um forte sinal de rivalidade que está a transformar o mundo dos negócios globais.

O Século Chinês está prestes a atingir a terceira década e a Fortune’s Global 500 mostra o quão profundamente o equilíbrio de poder mundial está a mudar. As empresas americanas representam 121 das maiores empresas do mundo por receitas. As empresas chinesas representam 119. Sim, a América ainda é o nº 1, por pouco, mas parece inevitável que perderá este título, provavelmente durante o próximo ano. Pela primeira vez desde o surgimento da Fortune's Global 500, em 1990, e pela primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial, uma nação que não os Estados Unidos dominará o mundo dos negócios.

Esta mudança está a transformar, não só o mundo dos negócios, mas também o próprio mundo. À medida que a China procura suceder aos EUA como a superpotência dominante, os negócios desempenham um papel ainda maior nas relações internacionais do que o habitual. As nações sempre competiram economicamente, mas os EUA e a China estão envolvidos numa batalha direta pela força vital económica global: a tecnologia. Tal como o ex Secretário do Tesouro, Henry Paulson escreveu, “A batalha é sobre qual das economias liderará a tecnologia do futuro e estabelecerá os padrões para ela.”

A batalha não é apenas metafórica; envolve aspetos de segurança nacional. Por este motivo, os Estados Unidos baniram parcialmente a compra, por parte de empresas americanas, de produtos construídos pela gigante das telecomunicações Huawei (61 da lista), argumentando que a empresa é gerida pelo estado chinês e que pode sabotar a infraestrutura 5G ou utilizá-la para roubar dados (a Huawei nega que alguma destas alegações seja verdadeira). A China fixou objetivos explícitos: o domínio de áreas como a inteligência artificial, computação quântica, robótica e veículos autónomos. À medida que estas disputas escalam, outras nações podem sentir-se compelidas a escolher uma das tecnologias, chinesa ou americana, aumentando, desta forma, o impacto final do vencedor.

É verdade que as receitas das empresas chinesas representam apenas 24,2% do total da Fortune's Global 500, significativamente atrás dos 28,8% americanos. Mas isto não é inesperado. A China é a potência em ascensão, economicamente mais pequena, mas com um crescimento muito mais rápido. A nacionalidade nº 1 das 50 maiores empresas na Fortune's Global 500 deste ano é americana; nas 50 menores, é chinesa. Essas empresas perto do fundo são as que crescem mais rapidamente e, tal como o seu país, transbordam de ambição.

O Presidente Xi Jinping declarou que, em 2049, o centenário da revolução comunista, a China será “completamente desenvolvida, rica e poderosa,” um objetivo que a especialista em assuntos chineses, Graham Allison, da Universidade de Harvard, inclui ser “incontestável nº1” com um poderio militar que “seja capaz de enfrentar e derrotar todos os adversários”. Com isto em mente, ver o artigo da Fortune de Agosto de 2019 “Boxed In at the Docks” que retrata a aquisição do maior porto da Grécia pela China e como ela se encaixa na vasta iniciativa estatal chinesa “Belt and Road”. O artigo descreve o papel crucial desempenhado pelas empresas detidas pelo estado chinês – 82 das empresas chinesas da Fortune's Global 500 recebem subsídios governamentais, o que lhes confere uma vantagem sobre as empresas ocidentais do sector privado.

O fundador da Fortune, Henry Luce, declarou em 1941 que o Séc. XX seria o Século Americano. A sua previsão foi largamente validada. Se o Séc. XXI será o Século Chinês – com o domínio ao nível da cultura, ideais e conceitos de direitos humanos e natureza humana – é preciso aguardar para ver. Nos negócios, pelo menos, o Século Chinês é cada vez mais rápida e intensamente chinês.


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