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Autoria
Ben Carlson
Ben Carlson

Artigo publicado originalmente no blog A Wealth of Common Sense

Algumas Coisas de que me Lembro durante as Correções do Mercado

Há um velho ditado que diz que as pessoas não vão à igreja aos domingos para ouvir o 11º mandamento.

Vão, isso sim, reforçar os 10 mandamentos que já estão em vigor.

O mesmo vale para os mandamentos de investimento.

Aqui estão alguns lembretes pessoais aos quais regresso de cada vez que as ações entram em parafuso:

A concentração pode ser fantástica na subida, mas excruciante na descida.

Nos últimos anos, muitos investidores procuraram a minha bênção para concentrar o seu portfólio em ações de tecnologia ou criptomoedas ou nalgum segmento de nicho do mercado.

Pessoalmente, não tenho estômago para este risco de concentração, por isso diversifico.

Isto significa que perco a oportunidade de grand slams quando as coisas correm bem. Isto não é muito divertido quando os mercados estão a subir para a Lua.

O reverso disto é que também não vejo todo o meu portfólio a cair 50-80% quando o mercado de ações cai apenas 10%.

A gestão de risco só importa quando o risco levanta a cabeçorra.

O horizonte temporal de investimento é tudo o que importa durante uma correção.

Isto pode parecer um pouco arrogante, mas as correções de mercado já não me incomodam assim tanto. Ver o preço das minhas ações cair dia após dia já não me incomoda pelo simples facto de que já me resignei a esse destino.

Não invisto dinheiro que vou precisar, nos próximos 5 anos ou mais, em ativos de risco. É tudo capital de longo prazo.

E uma vez que esse dinheiro vai ser investido no longo prazo, já sei de antemão que terei que suportar correções, bear markets e crashes de tempos a tempos.

Eu sei que o meu saldo vai ser vaporizado de vez em quando, só não sei quando serão essas ocasiões.

O dinheiro que eu sei que será gasto no curto prazo não vai para ativos de risco.

Saber qual é o nosso horizonte temporal de investimento evita que nos tornemos vendedores forçados.

É melhor vender quando queremos, não quando somos forçados.

Acho que muitas das vendas nos últimos dias vieram de chamadas de margem de investidores que compraram ações com alavancagem. Não se veem movimentos maciços de 10-15% em títulos individuais sem algumas vendas forçadas.

Comprar e manter pode ser doloroso quando as ações estão a cair, mas “comprar com alavancagem e receber uma chamada de margem quando as ações acabaram de crashar” é um destino muito pior.

Comprar e manter exige que façamos as duas coisas quando as ações estão a cair.

É muito mais fácil comprar e manter quando as ações estão a subir.

Não se conseguem grandes ganhos sem grande volatilidade.

Muitos dos ativos com as maiores subidas de preço em 2020 estão a cair. Há muitas ações com quedas de 70 a 80% agora que eram as “queridas” dos traders durante a pandemia.

Isto é o que pode acontecer do outro lado de ganhos desproporcionais.

Quem quer jogar este jogo, tem que levar o mal com o bem.

A otimização importa menos do que a disciplina e a personalidade.

O portfólio perfeito é inútil se não conseguirmos aguentá-lo quando as coisas correm mal. É nas correções que se descobre se construímos um portfólio adequado ao nosso perfil de risco, horizonte temporal de investimento e personalidade.

Não é fácil manter o rumo se estamos investidos num portfólio que não se encaixa na nossa vontade, necessidade e capacidade de assumir riscos.

Sempre que as ações caem, parece que vão cair ainda mais.

É sempre muito mais fácil olhar para trás num gráfico de longo prazo e recriminarmo-nos por não ter comprado quando as ações estavam a cair. Quando sabemos exatamente onde está o fundo, é fácil investir.

Mas quando estamos a viver as correções, parece-nos que elas só podem piorar.

As ações caíram 10%? Certamente, 20% vem já a seguir.

As ações caíram 20%? Bem, um bear market de 30% está ao virar da esquina.

As ações caíram 30%? Agora é um crash total. Cuidado que -40%, -50%, -60% estão a chegar e assim por diante.

A vantagem de ter um horizonte de investimento longo é que não precisamos de acertar no fundo quando compramos numa correção.

E na realidade ninguém acerta no fundo de qualquer maneira, a menos que esteja a mentir ou tenha sorte.

Se olharmos para trás, cada correção na história foi uma oportunidade de compra.

Eu sei, eu sei que as ações podem sempre cair mais. E provavelmente é o que vai acontecer.

Mas a verdade é que comprar quando os preços estão mais baixos foi sempre uma estratégia de sucesso, desde que sejamos pacientes.

O motivo não importa. As ações estão agora a cair por causa do Fed, inflação, taxas de juros, geopolítica, especulação que não funcionou e uma série de outras variáveis.

É intelectualmente estimulante compreender essas razões se o leitor gosta de falar sobre os mercados (como eu).

Mas, na verdade, as razões para esta correção não importam no grande esquema das coisas.

Às vezes, as ações caem.

Acontece.

Não sabemos quando e não sabemos porquê, mas sabemos que vai acontecer.

Tenha um plano preparado.


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