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Autoria
Sam Ro
Sam Ro

Publicado originalmente no blog TKR by Sam Ro em 15 de maio de 2022

Uma Verdade sobre os Investimentos

As grandes quedas são desagradáveis, mas fazem parte do investimento.

O mercado acionista continua a cair.

Antes de subir na sexta-feira, o S&P 500 registou um mínimo de fecho nos 3.930,08 pontos, na quinta-feira – uma queda de 18,1% face ao máximo histórico de fecho de 4.796,56 pontos em 3 de janeiro.

Se considerarmos o mercado intradiário, o S&P bateu o mínimo de 3.858,87 na quinta-feira, uma queda de 19,9%, face ao máximo intradiário de 4.818,62, em 4 de janeiro.

Tecnicamente falando, as ações não entram num bear market até que os preços caiam pelo menos 20% dos máximos. E para a maioria dos observadores de mercado, esse cálculo é feito com base nos preços de fecho. Na realidade, tudo isto não passa de semântica sobre números redondos e erros de arredondamento.

Não importa como olhamos para isto, o mercado de ações caiu muito.

Aprender com a história

Poderíamos ficar aqui a discutir todos os motivos por que os mercados de hoje são, ou não, como os bull e bear markets históricos, mas é pouco provável que cheguemos a uma conclusão definitiva. Vamos, no entanto, fazer uma rápida análise do desempenho histórico dos mercados.

Tecnicamente, estamos no terceiro ano de um bull market que começou em 23 de março de 2020.

Ryan Detrick, estratega-chefe de mercado da LPL Financial, analisou a História e concluiu que três dos 11 bull markets desde a Segunda Guerra Mundial terminaram no seu terceiro ano. Portanto, do ponto de vista da duração, não seria muito incomum que as ações atravessassem um bear market antes de março de 2023.

Quanto à duração: historicamente, as correções no mercado de ações (isto é, quando o mercado cai mais de 10%, mas menos de 20%) tiveram uma duração média de 133 dias, desde o máximo ao mínimo, de acordo com dados compilados por Detrick.

A correção atual já dura há 131 dias, o que a coloca já muito perto da duração média.

Uma vez que estamos muito próximos daquilo a que tecnicamente chamamos bear market, talvez seja um bom momento para falar sobre os bear markets da história. Ben Carlson, diretor de gestão de ativos institucionais da Ritholtz Wealth Management, revisitou os dados históricos:

Desde 1950, o bear market médio durou 338 dias (com um intervalo de 33 a 929 dias) e o S&P 500 caiu em média 30,2% (com uma queda máxima de 56,8%).

Vale a pena notar que muitos bear markets – mas não todos – vieram acompanhados de recessões económicas. E, como você seria de esperar, os bear markets com recessões tendem a ser piores.

Carlson concluiu que, desde 1929, os bear markets recessivos duraram em média 390 dias, do topo ao fundo, com as ações a cairem em média 39,4% durante esse período. Em contrapartida, os bear markets não recessivos duraram em média 202 dias, com as ações a cair em média 26,1%.

Os investidores devem contar com isto

Grandes quedas no mercado acionista são normais. Historicamente, o S&P tem assistido a recuos intra-anuais (no mesmo ano civil) médios de 14%. Nalguns anos, os recuos são mais brandos. Noutros, são piores.

Tudo isto tem a ver com duas realidades conflituantes com as quais os investidores devem lidar: no longo prazo, as coisas quase sempre funcionam para melhor, mas no curto prazo, tudo pode correr mal. É isto que é investir no mercado de ações.

Uma nota sobre o momento atual…

Os dados económicos continuam muito fortes e continuam a existir fortes ventos favoráveis que sugerem que o crescimento manter-se-á.

Da mesma forma, as expectativas de crescimento dos lucros têm vindo a melhorar. Se a isto juntarmos os preços em queda, significa que as avaliações estão cada vez mais atrativas.

Na sexta-feira, segundo o FactSet, o PER no S&P 500 era de 16,6 – abaixo da média de 10 anos de 16,9.

Esta combinação de crescimento económico resiliente, crescimento dos lucros e avaliações atraentes faz com que, pelo menos alguns profissionais de Wall Street, aconselhassem os clientes a assumir riscos.

E a história diz que quedas como a que estamos a assistir são frequentemente seguidas por fortes recuperações.

De acordo com dados de Benedek Vörös, diretor de estratégia de investimento em índices do S&P Dow Jones Indices, “uma queda de 15% ou mais [num período de cinco meses] no S&P 500 foi seguido por retornos positivos, nos 12 meses seguintes, em todas, exceto duas ocasiões nos últimos 65 anos, com um ganho médio de perto de 20%“.

Obviamente que não existem quaisquer garantias de que estas métricas continuem a desenvolver-se favoravelmente. E é certamente possível que as ações continuem a cair, caindo, independentemente dos dados económicos.

Mas, de uma forma geral, as condições continuam a parecer favoráveis ​​para os investidores com um horizonte temporal de longo prazo.


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