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Autoria
Emília O. Vieira
Emília O. Vieira

Entre os principais erros que os investidores cometem destaca-se o market timing, que se resume à ideia de que há momentos para estar investido e há momentos para estar completamente fora de mercado. É a tentativa de inúmeros investidores de “proteger” o seu dinheiro saindo de mercado quando pressentem uma correção, ou aumentando a sua exposição a ações mais arriscadas quando pressentem a sua recuperação.

Antes de mais, deixem-me esclarecer isto sem margem para dúvidas: o market timing não funciona e, apesar de todos já o termos tentado sem sucesso, continua a ser praticado em massa por três grupos de pessoas:

“Há três tipos de pessoas que fazem previsões no mercado. Aquelas que não sabem, aquelas que não sabem que não sabem, e aquelas que sabem muito bem que não sabem, mas são muito bem pagas para fingir que sabem, Burton Malkiel, autor do livro A Random Walk Down Wall Street.

Já alguma vez disse ou pensou alguma coisa do género:

  • “Eu tenho dinheiro de lado, mas estou à espera que as coisas acalmem e não haja tanta incerteza”,
  • “Recebi um bónus, mas vou esperar por um recuo de mercado”,
  • “O mercado subiu muito, vou vender e volto a investir daqui a uns meses”,
  • “Vou investir depois de, por exemplo, passarem as eleições, ver se a inflação vem para ficar ou não, se os bancos centrais vão subir taxas, no próximo ano quando tudo estiver mais calmo, etc.”

Tudo isto é market timing. Não funciona.

Não vale a pena o esforço

Entre 1977 e 1990, Lynch geriu o Fidelity Magellan Fund e conseguiu retornos anualizados de 29,1%. Apesar destes resultados excecionais, a Fidelity concluiu que o investidor médio perdeu dinheiro neste período de 13 anos. Como foi isto possível? Segundo a Fidelity, os investidores vendiam as suas posições após períodos de fraca performance e compravam após períodos de subida.

Em entrevista à PBS, Peter Lynch explica, “As pessoas gastam imenso tempo a tentar adivinhar, em que altura do ano devem investir; quando devem investir? Levei a cabo um estudo fantástico, um exercício espantoso: nos 30 anos entre 1965 e 1995, se tivesse investido $1.000 – e teve imensa sorte, investiu sempre no dia em que o mercado registou o valor mais baixo do ano, o seu retorno teria sido de 11,7% por ano.

Pelo contrário, um investidor “azarado” investiu sempre os seus $1.000 no dia em que o mercado atingiu o máximo do ano. O retorno conseguido: 10,6% por ano. Essa é a diferença entre o máximo e o mínimo do ano.

Um outro investidor escolheu investir sempre no primeiro dia do ano e conseguiu um retorno anual de 11%.

As pessoas gastam uma quantidade inacreditável de energia mental a tentar adivinhar o que o mercado vai fazer e a tentar escolher a melhor altura para comprar. Simplesmente, não vale a pena o esforço”.

"As pessoas gastam uma quantidade inacreditável de energia mental a tentar adivinhar o que o mercado vai fazer e a tentar escolher a melhor altura para comprar. Simplesmente, não vale a pena o esforço."

" Peter Lynch "


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