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Autoria
Emília O. Vieira
Emília O. Vieira

PETER LYNCH, ganhou 29,1% ao ano nos 13 anos em que geriu o Fundo Magellan da Fidelity, acumulando 2767%.

Entre 1977 e 1990 foi considerado o melhor gestor de fundos do mundo. Ganhou 29,1% ao ano, ao longo de 13 anos, uma rentabilidade acumulada de 2767%. Isto significa que 10 mil dólares investidos no fundo em 1977, seriam 276 mil em 1990.

Durante a sua gestão, o fundo passou de 20 milhões de euros de ativos sob gestão para 14 biliões. Peter Lynch era famoso pelas suas capacidades de seleção de ações. A abordagem de Lynch aos investimentos era notável pelo seu otimismo. Este otimismo foi particularmente eficaz durante bear markets em que os outros investidores estavam demasiado pessimistas.

A filosofia de investimento que seguia era simples: investir em empresas que compreendesse bem, com o foco nas perspetivas de crescimento a longo prazo e mantê-las, ignorando as flutuações das cotações a curto prazo.

No fim de contas, Lynch popularizou o chamado investimento GARP - Growth At a Reasonable Price (crescimento a um preço razoável). Para muitos, a sua estratégia de investimento combina princípios do investimento em valor e investimento em crescimento, com o objetivo de investir em empresas com forte crescimento, mas evitando aquelas cujas avaliações são exageradas. Na prática, consideramos que o crescimento é uma componente do valor e não concordamos com esta divisão. Quando aferimos o valor de uma empresa, a sua capacidade de crescer ao longo do tempo deve ser refletida no valor intrínseco a que chegamos no final de qualquer processo de avaliação.

Custo de oportunidade

"Muito mais dinheiro foi perdido por investidores na tentativa de evitar correções do que nas próprias correções" escreveu Lynch no seu livro Learn to Earn.

Muito simplesmente, Lynch defende que tentar adivinhar o mercado é uma tarefa inglória. Nem as lendas do investimento são capazes de prever com precisão o início de recessões ou o fim dos bull markets. Dados de mercado analisados pelo Bank of America e pela JPMorgan confirmam esta teoria. Perder os dez melhores dias de cada década desde 1930 tem um impacto muito significativo na performance de longo prazo do investidor.

“Não Vale a Pena o Esforço”

Apesar das rentabilidades tão elevadas do Fundo durante a gestão de Peter Lynch, a Fidelity concluiu que o investidor médio do fundo perdeu dinheiro neste período de 13 anos. Como foi isto possível? Segundo a Fidelity, os investidores vendiam as suas posições após períodos de fraca performance e compravam após períodos de subida.

Em entrevista à PBS, Peter Lynch explicou porque é que isto acontecia: “as pessoas gastam imenso tempo a tentar adivinhar, em que altura do ano devem investir; quando devem investir. Levei a cabo um estudo fantástico nos 30 anos entre 1965 e 1995:

  • se tivesse investido $1.000 por ano – e tivesse imensa sorte, investindo sempre no dia em que o mercado registou o valor mais baixo do ano, o seu retorno teria sido de 11,7% ao ano,
  • se tivesse investido os seus $1.000 por ano – e fosse muito azarado, investindo sempre no pior dia no dia, em que o mercado atingiu o máximo, o retorno conseguido seria de 10,6% por ano. Essa é a diferença entre o máximo e o mínimo do ano,
  • se tivesse investido sempre os 1.000 por ano, no primeiro dia do ano, teria conseguido um retorno anual de 11%.

As pessoas gastam uma quantidade inacreditável de energia mental a tentar adivinhar o que o mercado vai fazer e a tentar escolher a melhor altura para comprar. Na prática, acabam por perder os melhores dias e as grandes recuperações de mercado. Simplesmente, não vale a pena o esforço”.

Era também famoso pela sua escrita popular refletida nos seus livros “One Up On Wall Street”, “Beating The Street” e “Learn to Earn”.


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