Voltar

Howard Marks é o maior investidor do mundo em Distressed Debt - dívida emitida por empresas ou governos em risco de, ou já em processo de falência. Atendendo ao seu elevado risco, transacionam com grandes descontos relativamente ao seu valor facial.

Fundou a Oaktree Capital Management em 1995 e é autor de dois livros: The Most Important Thing (2011) e Mastering the Market Cicle” (2018).

“Um Investidor precisa apenas de duas coisas para ganhar muito dinheiro durante uma crise; dinheiro e a coragem para o investir quando mais ninguém tem vontade de o fazer”

Marks é muito conhecido pelos seus “memos”, publicações regulares onde detalha a sua estratégia de investimento e opiniões sobre a economia e mercados financeiros. Este é sempre um documento aguardado por muitos investidores, incluindo Warren Buffett, que não poupa elogios a estas publicações: “quando vejo um memo do Howard Marks na minha caixa de email, é a primeira coisa que abro e leio. Aprendo sempre alguma coisa nova. E se for um livro, ainda melhor.”

Segundo Howard Marks, a gestão do risco está na base da sua filosofia de investimento e aconselha os investidores a adaptar a sua estratégia de investimento às suas situações específicas e questionarem-se, “estarei mais preocupado em perder dinheiro ou deixar escapar uma oportunidade?”.

No seu livro “The Most Important Thing”, Marks partilha connosco aquilo que, na sua opinião, é a coisa mais importante no investimento: o valor. Destacamos algumas citações do livro que captam muito bem a filosofia de investimento e com as quais temos muita sintonia:

  • “O melhor alicerce para um investimento bem-sucedido – ou uma bem-sucedida carreira no investimento – é o valor. Temos de ter uma ideia do que vale aquilo em que estamos a pensar investir. Há muitas formas de olhar para isto. Simplificando ao máximo, temos o dinheiro no balanço e o valor dos ativos tangíveis; a capacidade que a empresa tem de gerar dinheiro no futuro; e o potencial de crescimento destes fatores.”
  • “A nossa visão do valor deve ser baseada em alicerces analíticos e factuais sólidos. Só assim é que saberemos quando comprar ou vender. Só uma estimativa sólida do valor nos permite a disciplina necessária para realizar mais valias num ativo que toda a gente acredita que vai continuar a subir, ou para aguentar as quedas e, se necessário, reforçar durante as crises.”
  • “A relação entre o preço e o valor é a derradeira chave para o sucesso no investimento. Comprar abaixo do valor é o caminho mais fiável para os lucros. Pagar mais que o valor raramente funciona.”
  • “As economias e os mercados têm ciclos positivos e negativos. Qualquer que seja a direção atual, as pessoas acreditam que continuará assim para sempre. Esta forma de pensar é uma fonte de enorme perigo; envenena os mercados, leva as avaliações para extremos e desencadeia bolhas e pânicos a que muitos investidores não conseguem resistir.”
  • “A psicologia do rebanho diz-nos que o investidor se comporta como um pêndulo – do otimismo ao pessimismo; da credulidade ao ceticismo; do medo de perder oportunidades ao medo de perder dinheiro; da pressa para comprar à urgência para vender. O balancear do pêndulo faz com o rebanho compre a preços elevados e venda nos mínimos. Assim, fazer parte do rebanho é a receita para o desastre, enquanto que ser contrário nos momentos extremos ajuda a evitar perdas e eventualmente, leva ao sucesso.”

Em junho de 2012, a Emília Vieira escreveu no Jornal i o artigo abaixo. Neste artigo, influenciado pela leitura do primeiro livro de Marks, realça a importância de aferirmos o valor no investimento para que se minimize o risco e consiga retornos acima da média:

“A COISA MAIS IMPORTANTE É.... O VALOR

A regra mais antiga do investimento é a mais simples: “compre barato e venda caro”. Isto é óbvio. O que significa realmente esta regra? Significa que devemos comprar a um preço baixo e vendê-lo a um preço alto. Mas o que é um preço baixo ou alto? 

Devemos encontrar um padrão objetivo para determinar o preço “baixo” e “alto” e esse padrão é o valor intrínseco do ativo. Assim o significado de “compre barato e venda caro” torna-se claro: compre a um preço abaixo do valor intrínseco e venda a um preço mais alto. Para fazer isto, temos que ter uma boa estimativa do valor intrínseco. Este é o ponto de partida indispensável. 

No investimento em valor, o objetivo é comprar o que é bom e barato. Os investidores em valor analisam os dados financeiros das empresas, tais como lucros, cash flows, dividendos e ativos e põem especial ênfase em comprar barato com base nestes indicadores. 

O facto de o investimento em valor produzir bons resultados de forma consistente, não significa que é fácil. Primeiro, depende de uma estimativa correta do valor da empresa. Sem isso, qualquer esperança de sucesso consistente é apenas isso: esperança. Se pagamos demais, precisaremos de uma melhoria surpreendente no valor, de um mercado forte ou de um comprador menos exigente para nos salvar. Segundo, é necessário o temperamento adequado. 

É extremamente difícil, como investidores, fazer sempre a coisa mais certa. É, no entanto, impossível fazer consistentemente a coisa certa exatamente na altura certa. O mais que os investidores em valor podem esperar é estar certos acerca do valor de um ativo e comprá-lo quando está disponível por menos do que esse valor. Mas fazer isso hoje não significa que começaremos a ganhar dinheiro amanhã. A convicção no Valor ajuda a fazer face a esta dissonância. 

Imaginemos que determina que um ativo vale 80 e tem a oportunidade de o comprar a 60. Não espere sucesso imediato. Verificará com alguma frequência que comprou durante um período de declínio nos mercados que poderá continuar. Em breve, estará a olhar para perdas potenciais na sua carteira. Agora, a ação que vale 80 e foi comprada a 60, está a cotar a 50. O que faz? 

A curva da procura diz que, à medida que o preço sobe, a quantidade procurada diminui e vice-versa. É por isso que as lojas fazem mais negócios quando os bens que vendem estão em saldo. Na bolsa, no entanto, quando o preço cai, os investidores gostam menos da ação que compraram. Começam a duvidar da decisão que tomaram.

Para a maioria dos investidores, comprar mais ações a preços mais baixos, especialmente se o período de queda dos mercados for extenso, é difícil. Contudo, se gostámos da ação a 60, deveríamos gostar mais a 50... e muito mais a 40. Isto, porém, não é fácil. Ninguém se sente confortável com perdas e, eventualmente, o investidor começará a pensar, “será que estou errado e o mercado é que está certo?” O perigo é ampliado quando começam a pensar, “está a cair tanto, é melhor sair antes que chegue a zero.” Este é o raciocínio que grassa no fundo dos mercados e que causa vendas desesperadas.

Os investidores que não conhecem ou nem se preocupam com os fundamentais do negócio não têm a determinação necessária para fazer a coisa certa na altura certa. Com um mercado em queda livre, não têm a confiança de manter ou comprar mais ações a preços reduzidos. 

Infelizmente, o investimento é um concurso de popularidade e a coisa mais perigosa é comprar algo no pico da popularidade. Nesse ponto, todos os factos e opiniões favoráveis estão descontados no preço e não existem novos compradores. 

No curto prazo, a psicologia dos investidores (tema que tratamos com mais profundidade na revista Exame de Junho) pode fazer com que uma ação cote a qualquer preço, independentemente dos seus fundamentos económicos. 

Com horizonte de investimento adequado, uma carteira de 10 a 15 excelentes ações compradas a desconto do seu valor será um investimento excecional a médio e longo prazo.”

 


Esclareça as suas questões comerciais com um representante da Casa de Investimentos.

Serviço disponível nos dias úteis das 8h às 18h.

Save & Grow

Seja dono do seu destino.

Saiba mais