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Autoria
Barry Ritholtz
Barry Ritholtz

Artigo de Barry Ritholtz, originalmente publicado no seu blog, The Big Picture.

Investir é o estudo da tomada de decisões humana

A maioria das pessoas acredita que investir é a ciência de gerar um retorno no seu capital. Esta é uma definição correta, mas incompleta. Eu estou convicto que é mais útil e abrangente definir investir como o comportamento humano na tomada de decisões na interação com o dinheiro: quais são os seus desejos financeiros, os riscos que correm, o que pensam sobre a riqueza, e que dor emocional estão dispostos a tolerar para gerar esse retorno no capital.

Na sua essência, investir é um exercício de resolução de problemas, repleto de oportunidades, mas que também revelam os erros que todos cometemos. Se uma parte essencial do investimento é o estudo do comportamento humano, temos então que reconhecer a forma como esse comportamento se manifesta na forma como tomamos decisões.

Para sermos melhores investidores, temos de aprender a tomar melhores decisões.

Quanto mais fundo caímos nesta “toca de coelho”, mais aprendemos o quão importante são os bons julgamentos e a tomada de decisões. Afeta todos os aspetos das nossas vidas. Boas decisões permitem-nos ser mais felizes, uma maior satisfação com as nossas vidas e talvez nos ajudem a ser a melhor versão de nós mesmos.

Não estou a sugerir que temos de ser grandes investidores para ter uma boa vida. Estou apenas a refletir sobre as características que são importantes no investimento e a sua importância no que fazemos e somos fora do mundo das finanças.

É talvez por isto que a minha definição de investir é muito diferente do consenso:

“Investir é a arte de utilizar informação imperfeita para fazer análises probabilísticas acerca de um, inerentemente incognoscível, futuro.”

Esta 18 palavras têm muitas nuances.

 Arte refere-se ao facto de investir não ser uma ciência e de não haver uma solução ótima para todos.

Informação imperfeita refere-se ao facto de a informação de que dispomos ser dinâmica, no melhor dos casos, incompleta, frequentemente confusa e muitas vezes errada. Ninguém sabe tudo aquilo que há para saber num dado momento.

Análises probabilísticas; esta expressão reconhece que são possíveis inúmeros desfechos; e que necessitamos de nos preparar para, não um, mas muitos potenciais resultados futuros.

Inerentemente incognoscível é o reconhecimento humilde de que, na verdade, sabemos muito, muito pouco acerca do futuro. Quase nunca sabemos – ou conseguimos saber – o que vai acontecer de seguida. Isto deve refletir-se na forma como investimos.

Futuro exige otimismo. Ao longo da história humana, os pessimistas têm estado sempre no lado perdedor. Mesmo as maiores crises, a implosão das dotcom, a Grande Crise Financeira, o Covid-19, foram sempre temporárias. O pessimismo é uma aposta contra o engenho humano e essa aposta nunca venceu.

 

Passei toda a minha vida adulta a observar os mercados e, mais importante, como as pessoas se comportam quando interagem com esses mercados.

Dada a adoção generalizada das finanças comportamentais (incluindo três prémios Nobel para Kahneman, Schiller e Thaler) temos a tendência de as tomar como garantidas. Não foi há muito tempo que as finanças comportamentais não eram levadas a sério pelos investidores.

Vale a pena analisar o processo através do qual tomamos decisões. Quer estejamos a falar de marcos importantes das nossas vidas ou da alocação de ativos, não deixemos que as nossas decisões sejam tomadas em piloto automático.


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