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Autoria
Pamela Macedo
Pamela Macedo

Phil Fisher foi um dos primeiros praticantes do chamado investimento em crescimento. A sua empresa, Fisher & Co, fundada em 1931, conseguiu retornos extraordinários para os seus clientes, investindo num pequeno número de negócios com qualidadeexcecional.

Fisher foi um dos primeiros investidores a considerar a importância das características qualitativas na avaliação de um potencial investimento. Em 1958, descreveu o seu método para identificar empresas de crescimento na sua obra clássica, Common Stocks and Uncommon Profits.

Segundo Fisher, negócios extraordinários possuem vantagens competitivas duráveis que tornam os seus produtos e serviços difíceis de replicar. Mais importante, os negócios superiores colocam enorme ênfase em fazerem crescer estas vantagens ao longo do tempo, investindo em investigação e inovação enquanto incentivam uma cultura de vendas eficaz. Estes negócios devem ser geridos por pessoas capazes e honestas cujas ações desempenham um papel essencial no seu crescimento de longo prazo. Fisher acredita que estas características são impossíveis de analisar apenas com números e modelos complexos.

O pai do método Scuttlebutt

Fisher tornou-se conhecido pelo seu método de pesquisa scuttlebutt. Antes de investir, ele lia tudo o que conseguia encontrar sobre uma empresa e reunia-se com diversas pessoas – os gestores da empresa, fornecedores, concorrentes e clientes. No seu livro, ele realça que “é espantoso como se consegue obter uma imagem precisa dos pontos fracos e fortes de cada empresa numa determinada indústria através de uma amostra representativa das opiniões daqueles que, de uma forma ou outra, estão relacionados com essa empresa.”

Scuttlebutt é um termo que significa rumores ou “mexericos”. Este termo tem origem náutica. A água para consumo nos navios era armazenada em scuttled butts – barris com um furo através do qual se retirava água. Uma vez que os marinheiros conversavam e trocavam novidades quando se aglomeravam à volta do barril para beber água, scuttlebutt tornou-se sinónimo de “mexerico”.

Desenvolvendo uma checklist

Ao longo da sua carreira, Fisher desenvolveu um conjunto de 15 princípios com os quais avaliava as empresas. Estes critérios tinham como objetivo determinar se uma empresa tinha uma equipa de gestão capaz e honesta, vantagens competitivas duráveis e a capacidade de fazer crescer as suas vendas durante os próximos anos.

Em Common Stocks and Uncommon Profits, Fisher enumera as 15 característica que procurava em cada empresa:

  • A empresa tem produtos e serviços com potencial de mercado suficiente para tornar possível um crescimento significativo de vendas nos próximos anos?
  • A equipa de gestão tem a determinação necessária para continuar a desenvolver produtos e serviços que assegurem o crescimento continuado das vendas quando o potencial de vendas das atuais linhas de produtos se tiver esgotado?
  • Quão eficazes são os esforços de pesquisa e inovação da empresa relativamente à sua dimensão?
  • A empresa dispõe de uma organização de vendas acima da média?
  • A empresa tem uma margem de lucro compensadora?
  • O que está a empresa a fazer pata manter ou melhorar as suas margens?
  • Como são as relações da empresa com os seu trabalhadores e sindicatos?
  • Como são as relações da empresa com os seus executivos?
  • A equipa de gestão da empresa é suficientemente profunda?
  • Os controlos de contabilidade e de análise de custos da empresa são eficazes?
  • Existem outros aspetos, específicos da indústria onde a empresa opera, que poderão dar pistas importantes ao investidor sobre a superioridade da empresa face aos seus concorrentes?
  • A empresa tem uma visão de curto ou de longo prazo face aos seus lucros?
  • O crescimento da empresa, num futuro mais próximo, exigirá financiamento de capital que, com as novas ações emitidas, cancelará o benefício de que os acionistas atuais gozariam com este crescimento antecipado?
  • A equipa de gestão comunica livremente com os investidores acerca dos assuntos da empresa quando tudo corre bem, mas, quando ocorrem problemas e deceções, cala-se?
  • A empresa tem uma equipa de gestão inquestionavelmente íntegra?

O poder do juro composto

Fisher geria um fundo concentrado, investindo num número muito reduzido de negócios excecionais. Ele foi um dos primeiros investidores a tirar partido do poder do juro composto, escolhendo manter em carteira os seus investimentos mais bem-sucedidos durante décadas. Nas suas palavras, “Não quero ter muitos bons investimentos. Quero ter poucos, mas excecionais. Se o trabalho foi bem feito quando compramos a ação, a altura para vender é quase nunca.”

O maior erro que um investidor deve evitar é o impulso de vender uma empresa demasiado cedo. Os investidores frequentemente vendem apenas porque as ações subiram significativamente. Fazem isto na esperança de conseguirem voltar a comprá-las mais baratas durante alguma correção do mercado. Recordando uma conversa com um cliente a propósito do seu investimento em Texas Instruments, Fisher nota, “quando a grande queda ocorreu, passados vários anos, e as ações caíram 80% dos seus máximos, este novo mínimo estava ainda 40% acima do preço a que este investidor vendeu tão apressadamente”.

Fisher conclui que, “este cliente exemplifica outro risco para aqueles que seguem a prática de vender ações que ainda têm perspetivas de crescimento extraordinário simplesmente porque subiram bastante e a ação aparenta estar temporariamente sobreavaliada. Estes investidores raramente recompram as ações a um preço mais elevado quando estão errados e perdem assim ganhos adicionais de proporções dramáticas”.

Sendo assim, o que faz com que Fisher venda uma empresa? Na sua opinião, há apenas três razões para vender uma ação:

  • Um erro de julgamento,
  • Uma alteração fundamental nas circunstâncias, ou
  • Para financiar uma oportunidade de investimento mais atrativa.

Um crítico precoce da diversificação de portfólio

Acerca da diversificação, Fisher escreve que, “a desvantagem de ter ovos em demasiados cestos é que alguns acabam em cestos muito pouco atrativos e é impossível vigiar todos os cestos depois de termos lá colocado os ovos”. Na sua opinião, “os investidores foram tão excessivamente convencidos dos benefícios da diversificação que o medo de terem demasiados ovos no mesmo cesto os levou a investirem muito pouco nas empresas que conhecem bem e demasiado nas empresas acerca das quais não sabem quase nada. Nunca parece ocorre-lhes, e muito menos aos seus conselheiros, que investir numa empresa sem ter dela conhecimento suficiente pode ser ainda mais perigoso do que ter uma diversificação inadequada”.

Conclusão

Apesar de ter já mais de 65 anos, o que Fisher escreveu mantém-se relevante. Na Casa de Investimentos, procuramos investir em negócios excecionais, suportados por vantagens competitivas duradouras, com equipas de gestão capazes e honestas e com ventos favoráveis ao crescimento. A nossa filosofia de investimento partilha muitas semelhanças com as convicções de Philip Fisher e isto reforça que comprar excelentes empresas é uma abordagem intemporal e com provas dadas.

“O investidor não está certo nem errado porque outros concordam ou discordam dele, ele está certo porque os seus factos e a sua análise estão corretos.”


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